Edward Mordrake
Dentro da história das deformidades humanas nos deparamos com casos assustadores e, ao mesmo tempo tristes, de pessoas que nasceram com os mais inusitados tipos de deformidades.
Em tempos antigos, eram muito comum esses seres humanos pararem em circos de Freak Show para se tornarem atrações bizarras para um público mórbido por esquecerem que um ser humano com alguma deficiência, seja ela grave ou não, continua sendo um ser humano, com sentimentos, anseios, medos e desejos.
Dentre essas pessoas que nasceram com alguma diferença, uma história chama atenção, pela raridade do caso e pela triste história de vida: é o caso de Edward Mordake.
A verdadeira história de Edward foi perdida no decorrer do tempo.
Seu caso inusitado ocorreu no início da história médica e é referenciado apenas em relatos de médicos.
Na verdade, a história de sua vida tornou-se tão confusa com o passar dos anos que não há uma data sólida de seu nascimento ou morte, nem fontes concretas para os pesquisadores modernos. A única prova concreta de sua existência é uma foto onde as duas faces aparecem.
Em seu caso, poderia parecer apenas um caso de gêmeo parasita, mas para muitas pessoas e para ele mesmo, o que existia em seu crânio era algo mais sombrio.
É difícil estabelecer os fatos por trás da condição de Edward Mordake devido à falta de confiança nos registros médicos.
Nem mesmo a sua data de nascimento e morte foram registrados, e há relatos conflitantes sobre seu suicídio, bem como a colocação e posição de seu rosto extra. Muito do que se conhece é baseado em relatos diversos.
Edward nasceu com uma rara e estranha deformidade em seu crânio, o qual possuía na parte de trás um segundo rosto completo, com olhos, nariz e boca.
Na face flácida e desfigurada em sua nuca existia algo sombrio e assustador, algo que deixava atordoado todos que a observavam, algo que o próprio Edward classificava como sendo “Demoníaco”.
Edward era herdeiro de um importante título de nobreza na Inglaterra ao qual nunca reclamou, tirando sua face na nuca, podia ser considerado um homem belo e era um músico talentosíssimo e brilhante fidalgo.
Tinha tudo para ter uma vida feliz, mas em sua nuca carregava a tristeza de sua vida.
Edward possuía outra face em sua nuca, uma face que todos, inclusive ele próprio diziam ser desfigurada e “do mal”.
Era algo absurdamente anormal que não comia, mas podia grotescamente rir e chorar.
Alguns relatos afirmavam que olhar a face diretamente era extremamente desconfortável.
As pessoas diziam que os olhos da face expressavam inteligência e raiva e seguiam as pessoas lentamente como se estivesse estudando aqueles que visualizavam.
Outros relatos apontavam para uma espécie de sorriso sarcástico que lentamente se formava na desfigurada face como se quisesse demonstrar um ódio oculto. Era quase impossível observa-la por muito tempo.
Claro que Edward sofria muito com isso, em seu confinamento e solidão, afirmava ser impossível conviver com aquele “Demônio”.
Edward a solicitar a todos os médicos que conheceu a retirada da segunda face, mas seu pedido não poderia ser atendido, pois Edward morreria na cirurgia.
Alguns relatos sobre o demônio da nuca de Edward Mordrake são impressionantes.
Ele afirmava que sua segunda face era o próprio Demônio, quando estava triste a face sorria e algumas vezes até gargalhava.
À noite, rotineiramente, Edward era acordado na madrugada por sussurros feitos pela face deformada. Eram palavrões e um choro enlouquecedor que tinham como objetivo afetar o pobre Edward.
O final da história foi trágico. Edward se matou aos 23 anos de idade.
Alguns afirmam que ele envenenou-se, já outros relatos afirmam que ele disparou um tiro bem entre os olhos da “Face demoníaca”.
Contudo em sua carta de despedida deixou bem claro:
“Peço que retirem esse demônio de meu corpo antes que me eternizem em terra, pois pretendo e solicito dormir a eternidade sem os lamentos do inferno”.
Seu pedido foi atendido pelos médicos Manvers e Treadwell que cuidavam do caso.
Edward Mordake foi enterrado em uma cova de terra barata e sem qualquer tipo de lápide ou escultura, conforme seu desejo final.
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