Aquiles

  Guerreiro mitológico e um semi-deus, o maior dos heróis gregos. Sétimo filho de Peleu, rei dos Mirmidões da Riótida, na Tessália, com Tétis, a mais bela das nereidas, ninfa marinha e neta da Terra e do Mar, neto de Éaco e descendente de Zeus, que desejoso de dar um povo a Éaco, transformou uma colônia de formigas em grego myrmex, daí o nome mirmidões, em homens. Uma das versões correntes conta que inconformada com a mortalidade dos filhos que gerava, Tétis mergulhou seu filho nas águas do rio Estige, o rio infernal, segurando-a pelo calcanhar, para torná-lo invulnerável. Assim este ponto ficou vulnerável visto que não havia sido mergulhado nas águas imortalizantes do rio, dando origem a proverbial expressão calcanhar de Aquiles como referência a um ponto fraco. Ainda mais, sua mãe o teria criado como menina na corte de Licomedes, na ilha de Ciros, para mantê-lo a salvo de uma profecia de Calcante, que o condenava a morrer jovem no campo de batalha. Calcante, célebre adivinho, predisse que a presença do grego seria indispensável para vitória dos seus compatriotas em Tróia, porém lá morreria. Criado com o nome de Pirra, que significava ruiva, vivia entre as filhas do rei, porém o herói se fez revelar a Deidâmia, uma dessas moças e com ela gerou Neoptólemo. Ulisses, sabedor da profecia de que só com sua ajuda venceria a guerra de Tróia, recorreu a um ardil para identificá-lo entre as moças. Ao simular uma invasão, as filhas do rei correram amedrontadas enquanto somente ele reagia aprontando-se para enfrentar os assaltantes, revelando então sua verdadeira origem e identidade. Apesar das advertências da desesperada mãe, de que se partisse, teria uma vida cheia de glórias, porém curta, optou resoluto para marchar com os gregos e partiu para a guerra. No décimo ano de luta, a jovem Criseidea, filha de Crises, sacerdote de Apolo, foi tomada por Agamenon, chefe supremo dos gregos. Por se negar a devolver Criseidea para seu pai, o acampamento de Agamenon foi assolado por uma peste enviada por Apolo. Assustado o comandante supremo decidiu devolver a moça, mas em compensação exigiu Briseis, escrava favorita de Aquiles, que, ofendido, retirou-se da guerra, inclusive doando sua armadura ao seu amigo Pátroclo. Os gregos começaram a fracassar em suas investidas e perderam Pátroclo, morto por Heitor, filho do rei de Tróia, Príamo. Dominado pelo sentimento da vingança, reconciliou-se com Agamenon e voltou à guerra, matou Heitor e arrastou seu cadáver em torno da sepultura de Pátroclo. Em seguida, amarrou seu corpo a seus cavalos e o arrastou ao redor das muralhas da cidade. Mas ele sempre soube que estava destinado a morrer em Tróia, longe de sua terra natal, e acabou sendo morto pouco depois, por Páris, irmão de Heitor, que lhe acertou o calcanhar, único ponto vulnerável de seu corpo, com uma flecha envenenada; dirigida por Apolo. As proezas desse herói e muitos temas correlatos foram desenvolvidos na Ilíada, de Homero, que relata a guerra de Tróia. O seu cadáver, segundo a versão mais comum, foi enterrado no Helesponto junto ao de Pátroclo.

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