CLEOPATRA

CLEOPATRA 1Rainha do Egito, Cleópatra (66-30 a.C.), filha do faraó Ptolomeu Auleta XI, tornou-se uma das mulheres mais conhecidas da história da humanidade e um dos governantes mais famosos do Egito, sendo conhecida apenas por Cleópatra. Nunca foi a detentora única do poder em sua terra natal – de fato co-governou sempre com um homem ao seu lado: o seu pai, o seu irmão (com quem casaria mais tarde) e, depois, com o seu filho. Contudo, em todos estes casos, os seus companheiros eram apenas reis nominais, mantendo ela a autoridade em suas mãos.

Sabe-se pouco sobre a infância e adolescência de Cleópatra, supondo-se, porém, que tenha recebido uma educação esmerada. A lenda fez dela uma mulher bonita e sexualmente liberta, mas as fontes antigas enfatizam a sua inteligência e diplomacia e a consideram como de beleza comum. Além do egípcio, idioma natal, afirma-se que falava outras sete ou oito línguas, entre as quais o grego, o arameu, o etíope, a língua dos Medas, o hebraico e o latim. Os registros da época também atribuem a Cleópatra a escrita de livros sobre pesos e medidas, sobre cosméticos e magia.

Seguindo os costumes egípcios ela casou-se com o mais jovem dos seus irmãos, Ptolomeu XII, de apenas dez anos de idade, com o qual passou a reinar a partir de 51 a.C., mas se viu forçada a fugir para a Síria (49 a.C) após entrar em desavença com o eunuco Potino, preceptor do rei, e com Aquilas, comandante do exército, tendo sido, por isso, despojada de toda a autoridade real. Foi de lá que ela idealizou e desenvolveu uma série de preparativos para tentar reaver seus direitos reais pela força das armas, e como nessa época o imperador romano Julio César estava no Egito, perseguindo Pompeu, Cleópatra conseguiu obter sua ajuda para a retomada do trono egípcio.

Durante as lutas que se seguiram o faraó Ptolomeu XII acabou morrendo em combate, e Cleópatra então passou a reinar juntamente com seu irmão caçula, Ptolomeu XIII, que também morreu pouco tempo depois. Tornando-se em seguida amante de Júlio César, com o qual teve um filho, Cesário, ela tentou restabelecer com a ajuda dos romanos a supremacia egípcia no Mediterrâneo oriental.

Sobre essa passagem, conta-se que Cleópatra, afastada do palácio real, desejava encontrar-se com César, o que deu origem ao famoso episódio do tapete relatado pelos cronistas de então. Revela Plutarco, num episódio lendário da sua biografia dos Césares, que Cleópatra marcou um encontro com Júlio César, quando este chegou ao Egito, no inverno de 48 a.C. – 49 a.C., a fim de lhe dar um presente, que consistia num tapete.

Este, ao ser desenrolado, mostrou que a própria rainha estava em seu interior (Cleópatra tinha sido enrolada no tapete pelo seu servo Apolodoro). A rainha teria então argumentado que tinha ficado encantada com as histórias amorosas de César, tendo ficado desejosa de o conhecer. Tornou-se, assim, sua amante, o que ajudou a estabelecer o seu poder no país.

CLEOPATRA 2Após o assassinato do ditador romano, Cleópatra foi convocada em 42 a.C. por Marco Antônio, um dos triúnviros que governava Roma, a encontrar-se com ele em Tarso para responder a questões relacionadas com a sua lealdade. Cleópatra chegou com grande pompa, o que encantou António, resultando daí que os dois ficaram juntos em Alexandria até o ano seguinte.

Ela ficou grávida novamente, desta vez de gêmeos que tomaram o nome de Cleópatra Selene e Alexandre Helios. Quatro anos depois, em 37 a.C., Marco António retornou a Alexandria quando se encontrava numa expedição contra os Partos, reiniciando sua relação com a antiga amante e tornando-se pai de Ptolomeu Filadelfo.

É possível que os dois tenham se casado segundo o rito egípcio (uma carta, citada por Suetónio leva a crer nessa hipótese), embora nessa época ele estivesse unido em matrimônio com Otávia, irmã do triúnviro Otávio.

No final de 34 a.C., Cleópatra e Cesário foram coroados co-regentes do Egito e Chipre, tendo ela recebido o título de Rainha dos Reis. Nessa época a soberana convenceu seu companheiro a participar do projeto de criação de um grande império oriental, e durante algum tempo os planos dos dois aparentaram ser uma grave ameaça à hegemonia romana no Mediterrâneo. Por esse motivo o senado romano declarou-lhes guerra, entregando a Otávio a missão de combatê-los. Este derrotou as forças egípcias na batalha naval de Actium (31 a.C.), cujo desenrolar aconteceu de maneira que permanece obscura até hoje.

Após a derrota,  Cleópatra retornou a Alexandria, e com o suicídio de Marco Antônio, que se atirou sobre sua própria espada, tentou ainda usar seus encantos para obter a clemência de Otávio. Mas este se mostrou inflexível e preparava-se para levá-la a Roma, onde pretendia comemorar sua vitória fazendo-a desfilar como conquista de guerra pelas ruas da cidade, quando Cleópatra decidiu morrer fazendo-se picar por uma áspide, serpente bastante venenosa que ela adquirira para esse fim. Com a morte de Cleópatra, acabou a dinastia dos Ptolomeu e a autonomia do Egito.

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